A troca de ideia da 19º edição do ROLÊ foi com o grupo Parábola. A conversa foi sobre carreira, disco novo e sobre as expectativas para o futuro próximo. Falaram sobre o último vídeo clipe concebido e recebido em clima de Copa e do conceito maior que há por trás dessa parada que experimentaram de unir Rap e futebol.
Samuel Porfirio: Hoje estamos com os caras velhos da casa, Biofa e
Maykon, o Parábola. Eu até sei bastante coisa do Parábola, então vai até ser
repetitivo ficar perguntando coisa que eu já sei. Sem simular, vamos falar de coisa que
ainda não sei. Como é que está o processo de gravação do disco novo do
Parábola?
Biofa (Parábola): O disco na verdade está todo gravado, pegamos
ele semana passada, e agora vamos levar pra mixar e masterizar no outro
estúdio, a gente fez a coisa simples e agora a gente vai levar no Pato, vamos
fazer a mix, alguns cortes, colocar mais alguns elementos, mas o disco já está
pronto já.
Samuel Porfirio: 2014 está sendo um ano bem simbólico pra vocês,
de crescimento mesmo, catando palcos que o Parábola sempre almejou e é uma
conquista pessoal e uma conquista coletiva, né? Dentro do grupo e produção Parábola,
como é que está sendo essa crescente e qual a expectativa que vocês têm pra 2015 que já está próximo?
Maykon (Parábola): O ano está sendo muito importante, apesar que o
ano passado foi muito importante. A
gente graças a Deus está vindo trampando e numa parada legal de profissionalismo mesmo. A
gente está começando a
chegar em lugares almejados por muitos, graças a Deus. E 2015 acredito que vai
ser até melhor. Esse ano teve essa parada de Copa do mundo, mas o Rap em si
está chegando numa parada, começando a conquistar uns espaços que é muito
importante. E nada melhor do que a gente fazer parte disso, né mano. A gente estar
junto nesse crescimento do Rap, né? E
eu até acredito que o Rap está começando a chegar nesses espaços por conta do Funk. O Funk acabou
chegando e abrindo os espaços, e não conseguindo se segurar o Rap agora está
chegando. Acredito que até o ano que vem o Rap só tem é crescer.
Samuel Porfirio: Falando em Copa do mundo, vocês lançaram o último
clipe o Bem Vindo ao Brasil falando do futebol de várzea. O Parábola vai associar ainda o nome
do grupo ao futebol, se ainda vai continuar com essa vertente, e como é que foi
o processo de gravação do Clipe e o que rendeu pra vocês em popularidade mesmo,
já que o futebol é uma coisa popular, né?
Biofa (Parábola): Acho que se o Brasil tivesse ganhado a gente
iria trabalhar bem mais essa música. Não é que não andou, graças a Deus teve
bastante visualização, o pessoal gostou, foi uma parada meio retrô, tanto o
samba com o Rap... Foi legal pra caramba. A produção foi nossa também, eu que fiz a direção do clipe, junto
com os vídeos do Parábola. E ficou muito louco, eu gostei, as pessoas gostaram. Muita pessoas pensaram que
nós iríamos fazer um som de futebol criticando a Copa, mas eu acho que o
importante não era falar da Copa. Ela foi um momento ali no Brasil. Mas só que o futebol... A gente sempre vai amar o futebol e vai gostar do futebol. Criança gosta de futebol, adulto gosta
de futebol, o idoso gosta de futebol. Nessa música a gente juntou entre a
várzea até o futebol profissional, o futebol brasileiro.
Maykon (Parábola): A gente fez meio que o contrário do que o
pessoal estava fazendo. É claro que saíram várias coisas sobre futebol e sobre
Copa. Mas a gente realmente quis mostrar a importância da várzea. É claro que o
cara vai jogar lá fora na Europa e isso é o sonho de todo jogador. Só que onde começou isso? Começou na várzea. E a gente é periférico, lugar que tinha
mais campo de várzea e hoje já não tem e que era o celeiro desses caras. E a gente quis juntar o futebol e a
música. São as duas coisas mais próximas da periferia em que as pessoas
conseguem dar um Up na vida: ou através da música ou através do futebol. A gente veio com esse barato do antigo
e do novo. Porque o futebol e a música têm tudo a ver com essa parada. Você canta uma música nova hoje mas tem influência lá atrás. Você joga futebol hoje
mas você tem influência lá atrás. Foi
muito louco fazer, achamos legal e a gente até se surpreendeu muito.
Samuel Porfirio: Eu gostei bastante e vocês sabem que eu gosto
muito de futebol. Inclusive eu dei aquele passe pra você contra o time do Edi
Rock, você perdeu o gol e isso prova que realmente eu era o crack do time
(risos) Enfim....
Maykon (Parábola):: Ele deu aquele passe, eu bati e o bagulho foi
no travessão. Tanto que o lance não foi o passe dele que foi pro G1 viu? Se procurar no G1 vai estar lá “bola
no travessão”, não foi o passe dele. Então não foi lá essas coisas.
Samuel Porfirio: É aquela ideia do craque, né! Enfim, você também é
conterrâneo aqui, Cohab II, acompanhou todo o processo que o Reação teve com o
Hip Hop e hoje tentando
reestruturar o evento que já existia. Como é que vocês vêem o Reação Hip Hop na
sua quebrada? Principalmente vocês que começaram com o Rap há 13 anos atrás!
Maykon (Parábola): Essa parada que acontece aqui, se você for
perguntar pra várias pessoas que curtem Rap, todo mundo gostaria de ter uma
parada assim na quebrada. Não
tem, mas aqui a gente tem. A gente tem estrutura, tem um lugar fechado, tem
som. Claro, teve alguns problemas, quase fechou devido alguns problemas
políticos. Mas é importante
mano, pra cultura sobreviver tem que ter pessoas iguais a vocês. Pra dar a cara
a tapa e levar pancada também. Você dá a cara a tapa e leva pancada.
Samuel Porfirio: Deixem um salve aqui pros seus públicos, pros
seus fãs. O espaço é de vocês!
Biofa (Parábola): Logo mais, clipe O Fluxo. Disco novo logo mais também! Site: www.grupoparabola.com.br.
Instagram: @grupoparabola. Vem com nóiz, issumemo é noizmemo! Beijo no coração,
sem vocês não somos nada, é nóiz família Parábola!
Edição/Retextualização: Aline Leão
Captação de áudio: Victor Goes (Dollyinho)
As demais fotos do show estão lá na página do Reação Hip Hop no Facebook: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1667883960102898.1073741863.1516131395278156&type=3
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